sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pedra Bruta, Malho e Cinzel

Pedra Bruta, Malho e Cinzel

Trabalho do Ir.'.Maykon Schuelter

CIM: 250831

A.'.R.'.L.'.S.'.Gênesis N. 2701- GOB

Ao entrar para a Maçonaria, o A.'.M.'.tem contato com a imagem Pedra Bruta. Essa imagem indica em si própria, o trabalho que inicia o seu longo aprendizado. Ligeiramente descrevendo esse símbolo, trata-se de um pedreiro, com o olhar voltado para Pedra em seu estado bruto. O Pedreiro tem em suas mãos o Malho e o Cinzel, ferramentas que o auxiliarão na tarefa de desbastar a Pedra. Assim, o pedreiro, o malho, o cinzel e a Pedra Bruta, são os quatro elementos básicos da imagem que são apresentados.

Nas construções, o material utilizado para erguer as edificações era a pedra trabalhada. Então o trabalho dos pedreiros consistia em esquadrejar as pedras brutas para que pudessem fazer parte da construção, encaixando umas nas outras, para que assim a construção tivesse a forma de acordo com o projeto do Arquiteto. Nesse campo operacional, para o trabalho de lapidação, os pedreiros usavam três elementos básicos: a Pedra em si, o Malho e o Cinzel.
Comparando a pedra com o homem, temos que ela, em seu estado bruto, acha-se disforme e longe da perfeição, precisando ser trabalhada. Do mesmo modo, este trabalho de lapidagem pode ocorrer com o ser humano. Qualquer bloco de pedra pode esconder uma bela escultura, contudo, aquele que desejar ver ou tornar-se, deverá extrair os excessos, as arestas que a encobrem.
Então, na comparação que eu faço, a Pedra Bruta representa o mal, ou a inteligência, o sentimento do homem no seu estado primitivo, ásperos e despolidos e, após devidamente trabalhada pelo obreiro, com uma educação liberal e virtuosa tornar-se culto, capaz de fazer parte de uma sociedade civilizada convertendo-se no bem, ou homem sábio.
Assim, teríamos a ação de duas vontades: a primeira seguirá os desígnios do Criador, que é soberana. A segunda vontade partirá da própria pedra, no caso, o indivíduo a ser trabalhado, ou seja, o A.'.M.'..
A intenção em ambas as possibilidades, é obter o produto final no desenho de uma pedra Justa e Perfeita. JUSTA, pois estará adequada à sua obra; e, PERFEITA, pois estará em conformidade com a perfeição de seu plano maior.
No caso o Apr.'. poderá ser identificado, ora como a Pedra, ora como o Pedreiro, pois, este irá trabalhar a si próprio, utilizando o malho que estaria associado à força, à vontade e à inteligência — elemento ativo, símbolo da ação pura da vontade do Apr.'., agindo com firmeza e assiduidade sobre a Pedra —, e também, o cinzel, que estaria associado à sabedoria — elemento passivo capaz de orientar e observar, sabendo discernir o que deve ou não ser retirado do bloco.
Assim a Pedra Bruta deve ser vista como o próprio homem, no caso o Apr.'.que comparado à pedra ainda se encontra em estado bruto, necessitando ser lapidado, trabalhado, o que só acontece com o aprendizado constante, com a prática incessante das boas ações, com o respeito às normas, com a presença constante em Loja, com a aplicação dos princípios fundamentais da Maç.'., como a fraternidade e a humildade.
A Pedra Bruta, o bloco, é uma massa disforme, maciça, que no seu interior abriga uma escultura magnífica, mas para isso precisa ser desbastada. Apenas descobrir que em seu interior há uma pedra oculta nada adiantará se essa pedra não for tocada, não ter a sua aspereza conhecida, se nada se fizer para seu polimento que, sem dúvida, é pesado. O aparelhamento das arestas, dos excessos, é dolente e necessário, e deve ser feito diariamente e incessantemente.
Concluindo, a Pedra Bruta, é símbolo das imperfeições do espírito que o Maçom deve procurar corrigir, sendo que o Apr.'.deve trabalhar e polir até ser considerado Obreiro competente e capaz, quando do julgamento do Maçom determinando estar a Pedra Bruta polida. Portanto, ela representa o Obreiro, em seu estado antecedente ao de seu ingresso na Maç.'., cuja inteligência, costumes e atos não estavam focados devido ao convívio com o mundo profano.

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