segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Que vindes fazer aqui?

Por Jeronimo Borges
transcrito do JBNEWS 421


Subiu ao tribunal do criador aos 59 anos o Irmão José Domingos Rodrigues, Grão-Mestre da Grande Loja de Santa Catarina.
Para ingressar naquele Templo estelar certamente foi-lhe dispensado telhamento. Bastou-lhe a abertura do livro de seus exemplos, para que sua entrada fosse feita sob honrosa condução triunfal.
Hoje, 23 de outubro de 2011, dia de sua morte terrena e de seu funeral, o último adeus foi-lhe prestado a começar pela cerimônia das Pompas Fúnebres, na bonita sede da Grande Loja, que por ele foi inaugurada no dia 30 de abril último, sagrando o Templo em que prestou juramento naquela mesma noite, em razão do seu segundo mandato à frente da Maçonaria catarinense. (vide o JB News nr.246).
O dolorido adeus derradeiro foi no Cemitério Jardim da Paz em Florianópolis, tendo sido sepultado ao cair da tarde deste domingo, justamente entre duas pedras portentosas e sob a sombra de uma árvore de médio porte conhecida cientificamente como “Syzygium jambolanum” ou também como jambolão, jamelão, azeitona-do-nordeste, ameixa roxa, guapê, baguaçu (para o manezinho da Ilha) e outros. Frutos da terra, como seu mais novel hóspede, num místico arquitetônico ao alto do cemitério.
Serviu à família e à maçonaria com uma dedicação comovente tal qual obstinação pontifex maximus. Vai sobreviver pelos bons exemplos deixados.
Quero guardar em memória o seu perfil sereno de pulso firme, de verdadeiro maçom administrador e zeloso com suas responsabilidades, legando-nos lições simples e exemplos férteis, capazes a abominar muitos homens acostumados ao que é danoso e pestífero.
Lembro-me que na edição especial do JB News (vide edição nr. 245) quando concedeu uma entrevista exclusiva às vésperas da inauguração da nova sede da Grande Loja, perguntei ao Irmão Domingos “Como é ser Grão-Mestre” tendo respondido, já na sua enfermidade acentuada:
“É ter uma responsabilidade e missão muito árdua. O Grão-Mestre deve ser humilde bastante para conceber que todos os irmãos são iguais. O Grão-Mestre deve saber dizer “não” em determinadas horas, sob pena de colocar em risco a Constituição e o Regulamento da Grande loja. O Grão-Mestre deve ser afável e ouvir os irmãos da jurisdição. Para administrar uma GLSC, o Grão-Mestre deve ter em mente que além dele ser o condutor espiritual de todos os irmãos da jurisdição ele também deve ser um administrador eficiente.”
Lições maçônicas inteligíveis da moral e da razão foram deixadas à própria sombra que projetou deixando um espelho existencial para mirar-se em sua lápide.
“O justo é sempre moral” confidenciou-me certa vez José Domingos Rodrigues.
Que encontres neste outro plano a paz e a recompensa Divina meu
Irmão!
Nós Obreiros da GLSC te agradecemos.

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