quinta-feira, 17 de outubro de 2013


“O SILÊNCIO DA BIBLIOTECA”

O silêncio é o primeiro mandamento a cumprir quando se penetra no recesso austero de uma biblioteca. - um silêncio reverente. São leves os passos que se dá no chão. Murmura-se apenas. Ali não cabem conversas fúteis. Muito menos, vozerios. O clima é de recolhimento. Perturbá-lo seria como quebrar uma espécie de magia. Debruçados sobre volumes dos mais diversos tamanhos, cores e conteúdos, ora tomando notas, ora absortos na leitura, os frequentadores estão concentrados, todos em busca da informação, do conhecimento e da sabedoria. e as estantes enfileiradas são a fonte de onde jorra tudo isso. Elas parecem mudas, mas seu mutismo é ilusório, porque ali estão os livros, e os livros falam, muito mais do que a voz gritada em altos brados. A palavra falada tem vida curta, que o vento leva. Já a palavra escrita – essa – não há silêncio, o mais profundo, que seja capaz de emudecê-la. O silêncio aparente das prateleiras de uma biblioteca é o mais veemente discurso proferido pelo intelecto e, enquanto o mundo existir, o mais seguro veículo da imortalidade humana.
Mario Gentil Costa – MaGenCo (2013)

http://magenco.blog.uol.com.br

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