O PAPA PIO IX E A MAÇONARIA
Adaptado da mensagem enviada por Itamar A. Santos de
Walter Fachetti - ARGLS 22 de agosto, 1819 .
Oriente de Colatina/ES.
Não restam dúvidas de que dentre os papas, foi Pio IX o que mais acirradamente destacou-se como perseguidor e inimigo ferrenho da maçonaria, instituição à qual o papa dedicou profundo ódio durante sua vida! Ele mostrou-se profundamente rancoroso e intolerante contra a Ordem Maçônica depois de eleito. Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai... Por mais incrível que pareça ele foi maçom, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália).
Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839, na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg, na Alemanha, uma credencial da qual foi portador o irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticada, com selo da loja perpétua, de Nápoles.
Como irmão e como maçom, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido nessa Loja. Ferretti nasceu em 1792; passou dois anos no Chile, servindo como secretário do Vigário Apostólico Mazzi; foi arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Ímola em 1832, foi elevado a cardeal, em 1840, e eleito papa em 1846.
Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja maçônica na Alemanha, já era bispo!...
Entretanto, assim que ascendeu a papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu juramento feito em Loja com a mão sobre o Livro da Lei; e passou a perseguir a maçonaria com o seu rancor, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus... Nele amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a maçonaria, a instituição da qual fizera parte...
A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável desse irmão, resolveu expulsá-lo, como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Essa expulsão foi determinada por Victor Manoel, rei da Itália e de toda a península e Grão-Mestre da Maçonaria Italiana; sua exclusão da ordem deu-se por ter ele excomungado a todos os maçons. Por esse motivo foi declarado perjuro pelo monarca italiano...
Este é um episódio que a Igreja sempre procurou esconder!... Mas como a justiça tarda, mas não falha, Pio IX que tão ferozmente investiu contra os maçons, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutaram e conquistaram a unificação italiana, tendo à frente vários maçons, entre eles, Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros.
Mas, apesar de feroz inimigo da maçonaria, a qual traiu, Pio IX, foi tratado com consideração pelos maçons, seus aprisionadores, que viram nele o antigo irmão transviado e, embora fosse ele um perjuro, prevaleceu o princípio sagrado da fraternidade entre os membros da Ordem. Foi uma belíssima lição de amor ao próximo, dada pelos maçons àquele papa...
Em consequência da bula Syllabus, contra a maçonaria, surgiu no Brasil, a rumorosa questão dos bispos, também, denominada questão epíscopo-maçônico, quando Dom Vital, bispo de Olinda, e Dom Antônio Macedo, bispo de Belém, pretenderam que o syllabus se sobrepusesse às leis civis brasileiras, exigindo que as irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos maçons católicos que a compunham. As irmandades reagiram e recorreram à justiça, tendo obtido ganho de causa. Os bispos não acataram a decisão da justiça; por esse motivo foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalhos forçados.
Pouco mais de um ano após, o duque de Caxias, maçom e, então, presidente do ministério do segundo império, anistiou-os.
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