segunda-feira, 14 de março de 2011

AFINAL, O QUE É
E G R É G O R A MAÇÔNICA?
A força da egrégora maçônica
ornada pela comunhão mental de
seus membros, está em nós.
Crer ou não crer em sua existência
é uma questão de foro íntimo.

Estamos sendo bombardeados a cada dia por uma impressionante chuva de idéias sobre o tema “EGRÉGORA”, num duelo de longo e desgastante tempo.

Vemos em publicações e na Internet, uma enxurrada de artigos de Irmãos discutindo o tema, uns defendendo, outros atacando veementemente. É necessário que tenhamos disposição para meditar no que estamos aprendendo, a fim de pensar, por nós mesmos, na maneira em que nosso estudo possa ser colocado em prática em nossa vida. Para que isso aconteça, é interessante compartilhar idéias e interpretações com outros Irmãos, com o objetivo de discutí-las e avaliá-las. Nunca nos esqueçamos que nós aprendemos uns com os outros.

A utilização do termo Egrégora pode gerar aos pesquisadores diferentes compreensões, mas o que significa EGRÉGORA?

Como, até agora, só possuo de forma exterior a letra e não a compreensão vamos buscar primeiro, para possuir depois, e, finalmente, se possível, poder difundir a Luz.

Diante das afirmações dos estudiosos, e da carência de literatura, fundamentalmente pelas Potências, que trate dessa “forma de energia” e de seus efeitos sobrenaturais, não poucas vezes provocam divergências de entendimento, ousamos apenas, especulativamente, para não permanecermos calados, nela e dela divagarmos alguma coisa.

Quando ingressamos na Maçonaria, passamos a ser mais um participante do grupo de homens chamados de “livres e de bons costumes”, ligados por um elo de uma grande corrente espalhada pela superfície da Terra.

As Lojas preservando e difundindo os ensinamentos maçônicos desenvolvem uma consciência grupal, ainda que esta seja simbólica, é uma realidade que não se pode contestar.

Cada Maçom quando adentra em Loja a fim de executar tarefas, na prática do Bem e da Virtude, deve despojar-se de sua personalidade profana e fazer uma abstração de quanto sejam os princípios fundamentais da Maçonaria, cerrar fileiras no sentido de se harmonizar cada vez mais, com o objetivo de desenvolver os sentimentos de compaixão, misericórdia e amor ao próximo, entrando em sintonia para que esta corrente possa criar algo maior que a soma dos esforços individuais, tornando-se, assim, um elo de união e trabalho em comum da Grande Obra da Construção Universal. Provavelmente foi isso que o Mestre-Maior ensinou: “Onde houver dois ou mais reunidos em meu nome, ai eu estarei”.

O Livro da Lei – parece que tem, dentre outras possíveis, uma função bem definida: estimular a formação de um ambiente energeticamente positivo durante o desenvolvimento dos trabalhos. Ele será capaz de contribuir para a formação do que muitos chamam de egrégora maçônica, uma realidade energética, não material, que significa uma espécie de energia positiva que impregna os presentes à reunião, tornando-os integrantes de uma cadeia que fixa suas mentes a um plano maior ( o Ser Supremo), sentindo-a como uma benção. Ela é, de fato, uma benção. A egrégora, portanto, não é algo simples de ser apreendido. O importante é que o Maçom seja o receptáculo da Luz maior e possa sempre receber a iluminação que vem do alto, tornando-se útil a seu semelhante, com Amor e Fraternidade.

Em Maçonaria ninguém pode assegurar que está certo em pontos em que outros, igualmente bem informados, têm opinião oposta. Certas palavras que são partes de sua terminologia, nem sempre são entendidas claramente fora de seu círculo. E isso não é novidade, de uma forma geral, pois vários segmentos sociais e Instituições têm seu vocabulário próprio. Exemplifiquemos os mundos jurídico, militar, religioso, financeiro, marginal, etc. e como eles a Maçonaria, tem palavras como “Egrégora”, “Malhete”, “Venerânça” etc., que não constam do “Aurélio”. Pesquisando na Internet constataremos expressivas manifestações, tais como: “A egrégora não precisa ser palavra maçônica, e, na verdade não o é, apesar de seu constante emprego na Ordem. A egrégora é usada em muitas atividades humanas. É hábito antes dos jogos esportivos, os atletas se abraçarem formando um círculo no vestiário pedindo proteção divina; em casa quando um membro da família está doente, os demais se dão as mãos e rezam. “Religiosa, maçônica ou profana, a egrégora tem o poder de criar uma afinidade entre pessoas, ligando-as numa mesma vibração”.

Registramos, também, depoimento de Irmão que afirma: “buscamos minuciosamente em Livros Sagrados nas mais diversas religiões e rituais maçônicos e nada encontramos de realidade que comprove, justifique ou explique de forma coerente e racional a existência das egrégoras, podendo estas interferir para o bem e para o mal nas vidas e destinos das pessoas, ou que sejam capazes de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora”. Contudo, para não nos distanciarmos tanto dos confrades de vasta cultura e níveis maiores, recorro aos nossos Mestres que se seguem:

Nicola Aslan, assinala: “Egrégoras:... de acordo com os ocultistas, são imagens astrais geradas por uma coletividade: se algumas pessoas se reúnem num local, emitindo vibrações fortes idênticas, pensamentos da mesma natureza, um ser verdadeiro ganhará vida e ficará animado de uma força boa ou má, conforme o gênero dos pensamentos emitidos”.

Rizzardo Da Camino, de forma concisa, assim se refere a esta realidade sensível e atuante, no ritualismo maçônico: “Corpo Místico que se forma com peculiaridades, depois da abertura do Livro Sagrado, quando todos se unem com as mentes voltadas para o ato de criar”.

Jules Boucher, analisando o assunto diz: “... chama-se Egrégora uma entidade, um ser coletivo originado por uma assembléia; cada Loja possui a sua Egrégora; cada Obediência tem a sua e a reunião de todas essas Egrégoras forma a Grande Egrégora Maçônica”.

O Mestre Oswaldo Ortega, diz sobre o assunto em seu livro “UMA LUZ NOS MISTÉRIOS MAÇONICOS”... “li em algum lugar ser a Egrégora uma força viva, um corpo psicodinâmico originário das vibrações volitivas emitidas por grupos de pessoas reunidas em locais os mais diversos. Sua formação seria espontânea independente de vontades conscientes. Uma vez completo esse corpo, mesmo havendo alternância de pessoas nas reuniões com o ingresso de novos membros e ausência de antigos, inclusive por morte de alguns, ainda assim, destes últimos, suas reminiscências na egrégora, por algum tempo influiriam nas decisões da Loja.

Já, Alec Mellor, crítica dizendo: “Estas concepções totalmente extra-maçônicas e ausentes de todos os rituais foram admitidas sem grande espírito crítico por numerosos Maçons ocultistas que falaram de “egrégora da Loja”, “da Ordem”, etc. Semelhantes divagações bastam para mostrar a que ponto o ocultismo pôde causar estragos na Maçonaria ...”

Nossos comentários – Até quando o que é verdade para uns não é para outros? O certo é que o tema “Egrégora” provocou e provoca polêmicas e mais polêmicas havendo muitas propostas e nada definido. Talvez um dia esse enigma possa ser decifrado como foram tantos outros mistérios do Universo. Teorias impensáveis e inimagináveis, num certo momento da história e que de imediato não surtiram grandes efeitos, décadas depois se desenvolveram. Hoje, com a evolução do comportamento e pensamento humanos, a razão está contribuindo para que nada permaneça oculto, da forma como desejavam os ocultistas do passado.

Nós, seres humanos somos privilegiados, sendo os únicos seres vivos do Planeta dotados da capacidade e dom de pensar, criar e desejar. Podemos imaginar nossos sonhos e projetar uma realidade para o futuro. Detenhamos então os conhecimentos que nos parecem mais aplicáveis e dispensemos os que não nos servem. Sendo a Maç uma Instituição criada para combater tudo o que atente contra a razão e contra o espírito da Fraternidade Universal, o que não devemos é desprezar a lógica e a razão. Usemos o processo da dúvida; façamos profunda reflexão; filtremos nossas idéias diminuindo aquelas que não se afiguram como verdadeiras ou dúbias e apenas retenhamos as idéias que não suscitem qualquer tipo de dúvida.

De tudo o que foi dito, podemos concluir que se pode divergir de opiniões dos Irmãos, mas nunca dizer que eles estão errados. Se Egrégoras são causas de tantas discussões e divergências, o que não dizer de muitos outros pontos da sábia doutrina maçônica?

Entretanto, essas divergências não trazem e não podem trazer a conceituação de que “quem não pensa como eu, está errado”. Cada inspiração, abstração, merece reconhecidas abordagens, motivo pelo qual, não podemos nos furtar de voltar, em continuidade, a um assunto tão polêmico. Não se pode, nesta época, ensinar os homens por meias e pequenas verdades, relativas e fracionadas, incompletas e lutando contra si mesmas, mas uma verdade universal que, admite e compreende todos os pontos de vista de cada um e dos tempos.

Que seja o sim, Sim, o não, Não, muito mais eloquentes do que qualquer discurso.

Ir.'. Valdemar Sansão

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